19 Dia: Serra do Rio do Rastro (SC)

Saímos de Joinville um pouco atrasados tendo em vista que fomos arrumar a moto novamente para viajar. A nossa intenção era chegar em Gramado (RS) para dormir e fazer algum passeio no dia seguinte, mas não foi bem isso que aconteceu...

Essa viagem, simplesmente aconteceu de tudo que uma viagem com emoção deve ter !!

O calor estava horrível, simplesmente pior do que o nosso no Piauí, e assim fomos rodando pela BR-101, o primeiro empecilho para a boa continuação da viagem foram os engarrafamentos, um deles próximo a ponte que está sendo construída em Laguna (SC), como estou com baús laterais, passar pelo meio dos carros acabou virando um tarefa bem difícil e sob um sol escaldante tive que passar pelo acostamento por diversas vezes e fui até acompanhando por outro irmão motociclista que estava indo no mesmo rumo, ao me livrar do mesmo estava já para chegar na estrada em direção a Orleans, já próximo à serra, são duas estradas após sair da BR 101, qual delas seguir? Acabei acreditando na pica do GPS e acabou me levando para um trecho de 17 km de estrada de chão, ainda bem que era uma estrada bem feita, o porém senão era o calor de 42o graus.... isso mesmo ... o sul do Brasil mais quente que Teresina e Lidiane quase passou mal. Quando finalmente chegamos ao posto de gasolina tivemos que beber nós dois cerca de 2L de água, aproveitamos para abastecer para finalmente seguir para a Serra, o céu estava 100% limpo e rapidamente começamos a subir e, nos assustar. A estrada fica simplesmente a beira do precipício e não há espaços para erros, a maior velocidade que você consegue atingir é 40 km/h e tive que parar em um certo local para esperar o caminhão em sentido contrário dar ré para poder completar a curva, show demais !!

Lidiane fechou os olhos durante um trecho da viagem mas não reclamou, só não entendia por que eu queria tanto visitar essa serra, quando chegamos lá e após termos subido aquilo tudo é que ela veio compreender a beleza e complexidade daquela estrada. A palavra é ASSOMBROSA !!

Já no mirante aguardamos os famosos Quatis, porém, acho que se entocaram por causa do calor. Nesse local tiramos vários fotos da estrada e "almoçamos" um bom lanche e, em vez dos quatis, apareceu um cachorro perturbando por um pouco da nossa comida. Acabamos ficando tanto tempo lá que não vimos passar e não vimos também o temporal que se aproximava da serra, dessa forma apressamos o passo e iniciamos a descida e não sei dizer qual é o mais emocionante, se é subir ou descer pois fizemos os dois no mesmo dia e faria de novo.. simplesmente um playground para motociclistas!

Ao chegar na metade da serra a chuva nos pegou e o pior, novamente com muitos raios, abaixei a antena corta pipa e fui descendo e ficando ensopado (não parei para por a capa de chuva), depois no meio da chuva começou um pé de vento que a gente achava que ia nos derrubar, mas, após 10km molhados paramos no posto e ficamos imaginando: "Descemos a serra do rio do rastro com muita chuva!" .. esse dia valeu demais !

Quando voltamos para Orleans tratei logo de por a capa de chuva, já estava tarde e a gente não tinha rodado tanto no dia, porém ao sair, não sei por que senti que o pneu estava baixo demais. Conclui que estava furado, dessa forma, deixei a Lidiane em um posto e fui ao outro onde tinha uma grande borracharia que nos atendeu prontamente. Surpreendentemente ao chegar lá a pressão do pneu traseiro só havia baixado de 33 para 32 desde o inicio da viagem, fiquei abismado e mesmo assim pedi para ele retirar para ver se não havia furo, e realmente não havia, fiquei assustado com esse meu "engano", o pneu que furou, mas não tava furado, kkkk !

O fato é que perdi quase uma hora nesse brincadeira, e reiniciei a viagem com um ar de desaprovação da Lidiane que disse: "Eu te disse que não tava furado", mas enfim, fiquei na dúvida, foi melhor ter ido verificar pra não ficar no prego lá na frente. Depois verifiquei que foi melhor pra gente perder aquela hora, na cidade seguinte nos informaram que choveu tanto que arrancou portas de uma fábrica, além dos raios, realmente estamos sendo protegidos pelo senhor nosso Deus.

Ao voltar para a BR-101 resolvi parar na cidade de Araranguá para pernoitar, já eram 19h 20 e ainda faltavam 230km até Gramado que iriam ser percorridos durante a noite, dessa forma não arrisquei. Descobri na internet que chovia muito em Gramado e muito provavelmente na Rota do Sol, portanto iriamos chegar muito tarde na cidade e com riscos sem necessidade. O hotel em Araranguá era meio capenga, e olha que não sou exigente, como só tinha ventilador sofri demais com o calor, tive que pedir um maior e finalmente eu e Lidiane dormimos para seguir a viagem no dia seguinte !!